O cacique sai da toca e esbanja sua formosura. Ao lado da fogueira a tribo em pé o espera para contemplá-lo.
Viver experiências duras no dia-a-dia da nossa aldeia, dessas experiências que sobram apenas o aprendizado. Das duras farpas passadas que trazem lembranças da sabedoria com traumas ainda escancarados. Vivê-las e não entendê-las esse dilema só um grande cacique pode explicar.
A verdade é que ser cacique em tribo de índios implica em seguir uma tradição, ensinando, cultivando hábitos de geração em geração. Esse dia-a-dia é simples de interpretar e aprender. Quando você é cacique em tribo empresarial, seguir tradições somente para honrar o nome do pai e do filho configura uma atitude de ausência de risco.
Ao sair da toca e perceber que a sua tribo não está ao redor da fogueira esperando que a sua formosura dite as condutas, significa que o risco é iminente e que você está começando a entender do dia-a-dia da sua aldeia. É como aquela velha história de quem mexeu no meu queijo, ou melhor, quem foi que tirou os meu índios do lugar?
Papéis distintos; a do índio em sua vida artesã, de cultivo da lavoura e preparo das refeições, ou seja, subsistência. Para uma vida empreendedora, de labuta diária, de cultivo da instabilidade, da diferenciação e do alto risco. Papéis que se misturam quando o assunto são os traumas da vida, feridas de igual intensidade.
Ao estar no papél de 'cacique empreendedor', deixar a toca é olhar para o futuro e estar atento aos movimentos da sua tribo. O mundo atual é um conjunto de tribos produzindo os mesmo riscos e necessidades. Não se trata de oportunidade, mas de inserção cultural, aderência, personalização. O cacique que empreende enxerga longe, não se preocupa com o tamanho da fogueira, mas com a postura da sua tribo. Todos em pé para admirá-lo, tendo-o como um orientador, exaltando, seguindo os seus passos.
Transformar sua tribo empresarial em uma aldeia é testar suas fraquezas com garra e coragem. Traumas, solavancos e decepções todos os dias estarão esperando você na saída da sua toca. Você, no dia-a-dia, precisa ultrapassá-las com sabedoria e inteligência, sem deixar as raízes se romperem e sem deixar que a fogueira vire cinzas.
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