sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Celebre o Talento, não a CLT

Não adianta, passa ano e entra ano e algumas coisas não mudam. Puxa vida, será que somos nós que não estamos mais acostumados com lentidão ou será que o mundo esta mais veloz e com isso precisamos mudar mais rapidamente.

 

Pois bem, se é verdade que a velocidade é feroz e a mudança inevitável, para alguns departamentos organizacionais, tais como o RH, esse pressuposto ainda não vale. E fica claro percebermos quando isso é aparente e quando não. Basta identificar nos departamentos quais celebram o talento e quais ainda celebram a CLT.

 

Para entendermos o contexto, a  CLT surgiu pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943, sancionada pelo presidente Getúlio Vargas. É fato, a CLT unificou toda legislação trabalhista existente no Brasil.  Não podemos negar o seu principal objetivo, que é a regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho.

 

Entrando um pouco mais na história, desde o início do Estado Novo até 1943, ou seja, foram 13 anos de amadurecimento de destacados juristas, que se empenharam em criar uma legislação trabalhista que atendesse à necessidade de proteção do trabalhador, dentro de um contexto em que o estado regulamentasse o trabalho.

 

A Consolidação das Leis do Trabalho, cuja sigla é CLT, regulamenta as relações trabalhistas, desde sua publicação várias alterações de adaptação do texto para os reclames da modernidade foram feitos. Entretanto, ela continua sendo o principal instrumento para regulamentar as relações de trabalho, proteger os trabalhadores e, principalmente, justificar a existência de um DPTO de RH.

 

Até aqui, tudo bem, nós compreendemos muito bem que o papel da CLT está em dar proteção ao trabalhador, agora o que não conseguimos entender é o fato de que nossos departamentos de Recursos Humanos celebrem a CLT em detrimento do Talento de seus trabalhadores.

 

A mudança é real, o momento é real, e para empresas que buscam adaptação para atender as novas exigências de consumo e relacionamento com pessoas, manter o planejamento do DPRH (departamento de recursos humanos) sobre a égide dos assuntos da CLT, significa direcionar energia e esforços para algo que nunca vai mudar.

 

Portanto, chegamos ao momento derradeiro em que nossos DPRHs precisam fazer escolhas, primeiro não podemos mais admitir planejamento anual fixo de ações com gestão de pessoas, segundo, com planejamento fixo, significa que o momento não é visto, significa que o RH não consegue viver o momento, exaltar a beleza do dia a dia, da alegria ou da tristeza de seus trabalhadores, enfim, não consegue celebrar o talento.

 

Por que isso tudo é importante? Talvez nada disso faça sentido para você, todavia, se entendermos um pouco mais do mundo a nossa volta, vamos perceber que em se tratando de CLT, o calendário anual é fixo, não temos, por exemplo, como mudar a data de pagamento do 13º salário. Agora, quando olhamos para o mundo a nossa volta, sem as premissas da CLT, começamos a sentir a vibração das pessoas, o entusiasmos das equipes, conseguimos pegar no ar as coisas boas que podem ser melhor exaltadas e, até mesmo, transformadas em celebração. Isso tudo precisa acontecer naquele exato momento.

 

Não dá mais para esperar que o planejamento seja cumprido para então enaltecer o que realmente é importante, e o que realmente é importante, é celebrar o momento. Não podemos mais esperar que o DPRH resolva os nossos problemas seguindo o calendário da CLT ou o planejamento realizado no inicio de cada ano.

 

Manter o planejamento é importante? Sim, é fundamental, principalmente, por questões de fluxo de caixa e demais detalhes financeiros. Mas não é mais esse planejamento que vai garantir o bem estar e a melhoria continua do ambiente de trabalho. A garantia está em viver o momento, em celebrar o talento.

 

Por fim, o desempenho de um departamento está ligado à combinação do uso de seus ativos de capital e seus ativos de conhecimento. Celebrar o momento é dar sentido à roda da vida e, hoje, a roda da vida gira a uma velocidade estonteante conduzida pelo conhecimento, seguir um plano para gerir pessoas e potencializar o desempenho, não é mais fator de sucesso. O caminho está na adaptação, adequar o sistema humano da empresa com o seu desenvolvimento, isso é respeito pelas pessoas acima de tudo.

Posted via email from Sou + ágil

Nenhum comentário: