terça-feira, 1 de junho de 2010

Vida! Empregos e projetos empreendedores

Eu nunca imaginei que fosse escrever um texto como esse, mas como a vida dá voltas inimagináveis, almejo que este texto seja realmente reflexivo para mim e para você.


Sempre tive comigo que iniciar novos trabalhos (empregos) em uma nova empresa seria como começar um novo projeto. Digo novo projeto no sentido literal, não tratar o trabalho como um emprego, mas como um projeto que entra dentro do seu programa de vida.

É dentro desse contexto que venho trabalhando e nas 3 últimas empresas em que passei assim o fiz. Para mim, essa visão de  que o pessoal e o profissional são as mesmas coisas e ainda, dentro de um mesmo programa, levam-me a ganhar mais com ações assertivas dentro do meu plano de crescimento. Ao mesmo tempo, consigo identificar se o projeto em que estou comprometido está promovendo aprendizado contínuo para mim.

Breve histórico pessoal para justificar minha teoria empirica.

Entrei para a faculdade de economia em 1999, no mesmo ano comecei a trabalhar em um Banco. Eu sabia que aquilo tudo era um grande conto de fadas e que minha vida profissional não estaria dentro deste ambiente. Tratei de focar minha faculdade mas, quando você começa a ganhar dinheiro, seus estudos ficam em segundo plano. Bingo! isso aconteceu comigo e pude vivenciar alguns amigos que seguiram pela mesma linha. Meu radicalismo sempre esteve presente em minhas atitudes, gosto de quebrar o fútil e fazer do insensato algo produtivo.

Deixei o Banco em 2003 depois de realizar um projeto de 3 anos. Tudo bem, naquele momento o que eu tinha vivido não era exatamente um projeto, eu não sabia como aproveitar os 3 anos que ali vivi. No final das contas, quando deixei o banco parti para minhas primeiras ações empreendedoras. Minha primeira aventura no mundo dos projetos foi a de organizar uma Associação com o codinome AMABRASIL - Associação do mochileiros ambientalistas do Brasil. A idéia, lógico, era fantástica, extraordinária. Até realizei uns 6 eventos com equipes de até 10 pessoas para atividades radicais na natureza. Cheguei a faturar uns R$ 200,00 por evento. Neste mesmo ano entrei para fazer parte de um novo projeto, uma fábrica de sites. Puxa vida! foram 6 meses de trabalho e mais ou menos uns 60 clientes fechados, todavia, 95% sem entrega. Por fim, este projeto também não deu certo, problemas comportamentais entre eu e o meu sócio. É, essa foi a minha primeira experiência com sociedade.
Quando me aventurei pelo universo empreendedor no ano de 2003 acredito que todas as minhas angustias, devaneios, absurdos e idiotices foram exaltadas. Neste ano eu fiz tantas coisas que não sei se vou conseguir colocar nesse texto. Fui coordenador do centro academico de economia da unioeste, participei de econtros políticos revolucionários, fiz manifestações em prol de alguma coisa que eu não lembro. Participei de projetos de pesquisa cientifica com tema sobre cooperativismo, capital social e empreendedorismo. Montei empresa, quebrei empresa, montei grupos, desfiz grupos. Começamos a editar um jornal chamado de Jornal Ação, baseado em idéias anárquicas de ação direta. Fiz muita festa, foi neste ano que pedi minha atual esposa em namoro e acho que também em casamento, não tenho certeza. Montei escritório com amigos para desenvolver um plano de negócios que mudaria o mundo. Viajei muito, escrevi muitas poesias, musicas e poemas. Contos, cronicas e anedotas. E por fim, participei do fórum social mundial em Porto Alegre. Acho que só quem já participou para saber com é essa parada maluca na vida de uma sujeito atabalhoado. Bom, se eu não esqueci de nada, acho que está quase tudo aí.

Vamos para o ano de 2004, já calejado, ou melhor, cheio de bolhas alérgicas de empreendedorismo frustado pelo corpo, chego a conclusão que deveria aceitar uma oferta de emprego (mais um projeto) para atuar como assessor comercial de uma gigante empresa de recursos humanos. Agora sim, eu precisava de uma vez por todas acertar minhas idéias distorcidas de um empreendedorismo de startup e passar para uma ação assertiva dentro de um pojeto empreendedor corporativo. E lá se vai eu, entrando o ano de 2004 cheio de garra e alegria.

Passa 2004 e chega 2005. Passa 2005 e entra 2006. Já estou em 2007 e de repente, não mais que de repente, meu projeto de 5 anos chega ao fim. Ao iniciar esse trabalho em 2004, eu realmente estava cansado de ter passado um ano (2003) de tremendas armações e muito, mas muita agitação e nada, absolutamente nada de grana. Todos os meus R$ 12 000,00 e mais as verbas do seguro desemprego forma investidas para fazer dos meus ‘projetos’ algo realmente fantástico. Em 2004 eu parei e fiz uma avaliação clara e satisfatória sobre o por quê dos meus erros. E por fim minha conclusão foi clara, eu não tinha a minha vida profissional alinhada com minha vida pessoal. Ao mesmo tempo em que eu queria trabalhar, também queira fazer outras coisas, desalinhadas. E também, em 2003 eu não cuidei dos meus projetos como deveria realmente. Eu simplesmente fui levando, ao pior estilo tentativa e erro, :-/. Outra coisa em que errei foi a de não mentalizar o quanto eu queria ganhar. Portanto, quando iniciei esse novo projeto em 2004, tracei a meta de R$ 1.000.000.00 em 5 anos. Eu queria atingir meu primeiro milhão, porque não?

Chego ao ano de 2008. Exatamente no mês de março de 2008, ou seja, completei 5 anos de trabalho em um projeto único. Qual foi o resultado? 5 anos de trabalho integrados e R$ 1.250.000,00 de faturamento. Trabalho realizado. Projeto entregue!

Escrevi esse artigo com a cronologia até o ano de 2008, a sequencia dessa história eu conto em outro post.

Em síntese o que realmente impulsionou meu espírito empreendedor ao resultado foi traçar a meta de 5 anos e visualizar o número diariamente, a cada instante.

Outro fator de fundamental importancia pra mim, foi o de alinhar minha vida e dizer para mim mesmo que o meu negócio era um só, embasado em um grande programa de desenvolvimento humano, repleto de projetos e sub-projetos.

Se vc teve uma experiência como essa, compartilhe comigo, obrigado.

Posted via email from Jordano Gonzatto

Um comentário:

Caroline disse...

Ainda bem que li seu artigo, pois não leria isso: 'gosto de quebrar o fútil e fazer do insensato algo produtivo'.
Michel Leiris publicou sua biografia no livro: A idade viril. Seu texto me lembrou dele, ele relata suas primeiras experiências com tudo, só que inclui a infância também.
Só me responde uma coisa: o que é um "atabalhoado"?
beijos meu brother! Parabéns! I'm impressed!