'Começar um empreendimento é sempre estar com a cabeça a mil por hora. Pensar em que fazer, como fazer, quem atender, como atender, entre tantas outras situações e perguntas que surgem no caminho, que deixam as pessoas pensativas, a ponto de analisarem se não seria melhor deixar de lado esta iniciativa e continuar a fazerem o que fazem diariamente.
A primeira mensagem que o cérebro manda é a de que tantas outras pessoas estariam tomando a mesma atitude naquele momento, deixando de lado todas estas perguntas e simplesmente continuando a tocar a vida rotineiramente.
Entretanto entram em trabalho quase que instantaneamente duas peças chaves: o subconsciente e a intuição.
Para a psicologia, o subconsciente é aquilo que está situado abaixo do nível da consciência ou que é inacessível à mesma, ou seja, é uma “consciência passiva”, capaz de tornar-se plenamente consciente.
Já a intuição é um processo pelo qual os humanos passam (ás vezes e involuntariamente) para chegar a uma conclusão sobre algo; onde o raciocínio que se usa para chegar à conclusão é puramente inconsciente.
Estas peças chaves começam a bombardear o nosso “centro decisivo” com inúmeras perguntas, imagens, lembranças, entre outras atividades mentais, tentando fazer com que foquemos novamente o nosso projeto e aquelas perguntas que estavam por nos derrubar, comecem a ser respondidas.
O que fazer então? Esta a pergunta que fica rondando toda e qualquer ligação que nosso cérebro faça entre o nosso projeto e qualquer palavra, situação, insinuação ou lembrança de algo empreendedor. Ora simples, já pensou em dar o próximo passo?
Pois bem, qual é o próximo passo?
Esqueça computadores, celulares, palms, e tantos outros aparelhos eletrônicos que permitam escritas, mensagens, imagens, etc. Sente-se confortavelmente em sua cama, em seu sofá, numa cadeira qualquer junto a uma mesa, enfim, num lugar onde sinta-se calmo, tranquilo e possa pensar. Vale ressaltar que é de extrema importância ter em mãos, papel e caneta ou lápis. Pode ser um caderno velho, algumas folhas em branco, algumas folhas usadas onde possa ser escrito em seu verso, bloco de rascunho, anotações, qualquer coisa onde você possa ESCREVER.
Comece então a elaborar o seu Plano de Investimento, Plano de Futuro, Meu Negócio, Meu Futuro, Minha Empresa, seja o nome que quiser dar a isto, mas ESCREVA-O.
Em seguida informe qual é o seu objetivo (acho que não preciso dizer que você deve escrever a palavra objetivo, seguida do que realmente você pretende fazer). Sim, descreva tudo o que vier à sua mente. Não filtre nada, deixe fluir, escreva, mesmo que não sirva ou seja ultrapassado. Agora não é hora de utilizar filtros em sua mente, é hora de deixar ela trabalhar. Anote tudo. Quanto mais detalhado for o seu objetivo, mais rápido e fácil você chegará a um consenso sobre o que realmente quer fazer.
Após isto, vem uma parte simples, porem não fácil. Descreva quem serão seus concorrentes e quem serão seus clientes. Não é obrigatório citar nomes de empresas e/ou pessoas, mas se assim preferir, o faça. Ter em mente quem serão seus concorrentes e clientes o fará ter a noção perfeita do quão valioso é o seu projeto e, de certa forma, o fará se encorajar a ser melhor, a fazer melhor. E isto é muito importante, pois uma pessoa motivada (por qualquer que seja o motivo) é capaz de realizar muitas coisas.
Está animado certo? É empolgante, concorda? Então, nada de sair daí, continue o seu projeto. Vamos agora falar as peças que irão movimentar esta engrenagem. Quem são os empreendedores? Isto mesmo, vai abrir o empreendimento sozinho ou com mais alguém? Parece algo bobo, sem nexo, sem noção, mas é altamente necessário. É necessário saber se os integrantes desse empreendimento são pessoas que conhecem do assunto, ou tenham interesse no assunto e se dediquem. Não adianta estar por estar dentro do projeto. É necessário colocar a mão na massa, mexer o caldo, enfim EMPREENDER.
Vamos falar agora sobre o que você irá oferecer aos clientes? Defina (da mesma forma que o objetivo), todo tipo de produto que desejar oferecer aos seus clientes. Novamente, não use filtros mentais, apenas vá escrevendo. Lembre-se que você não precisa ter inúmeros produtos, você pode ter apenas um. A diferença entre ter um produto ou vários está na forma pela qual você irá desenvolver/modificar/criar/oferecer aos seus clientes.
Já pensou onde será a empresa? Irá construir? Alugar uma sala ou casa? Sim, um bom local não significa necessariamente no melhor shopping da cidade, ou então no ponto comercial mais visado. Um bom local é aquele onde os seus clientes poderão ter fácil acesso a sua empresa. Não esqueça dos portadores de deficiência.
Uma pergunta importante que muitas vezes passa despercebida é a de quando você pretende abrir e/ou começar o seu empreendimento? Sim, ter a idéia clara de quando você quer começar é muito importante. Assim você saberá quando precisará do dinheiro, das pessoas, dos materiais, para poder atender os seus clientes.
Tudo interessante, simples e prático até aqui. Você deve estar se perguntando: a que horas falo sobre o dinheiro? Que tal agora?
Vamos pensar no capital social. O capital social, financeiramente ou contabilmente conceituando, é a parcela do patrimônio líquido de uma empresa ou entidade que represente investimento na forma de ações (se for sociedade anônima) ou quotas (se for uma sociedade por quotas de responsabilidade limitada) efetuado na companhia pelos proprietários ou acionistas, o qual abrange não somente as parcelas entregues pelos acionistas, mas também os valores obtidos pela empresa e que, por decisão dos acionistas ou proprietários, são incorporados no capital social.
Não entendeu nada? Sem problema, você irá precisar ter um contador por perto, ele te explica. Enfim, voltemos ao foco. Definir o capital social e o capital a ser investido inicialmente são fundamentais, pois você terá a exata idéia de onde estará “pisando”. Lembra que há pouco falamos de onde será a empresa? Pois bem, vai ser alugada? Quanto é o aluguel? Vai construir? Pois é... analisar custos, materiais, locais, terreno e por aí vai. Já pensou nos setores de sua empresa (se eles existirão neste primeiro momento)? Quantas mesas e cadeiras você irá precisar? Quantos aparelhos telefônicos? Vai ficar sem beber água o dia todo? Terá visita de clientes? Já pensou em servir-lhes café e/ou chá? Quantos e quais equipamentos eletrônicos a empresa precisará adquirir? Anote tudo, mesmo que você anote um número dez vezes maior. Não se preocupe em filtrar detalhes agora. Apenas anote.
Não esqueça que há custos para você registrar a empresa de acordo com a natureza jurídica e enquadramento tributário.
Maravilha, estamos praticamente todo o custo inicial. Quando começo a ter meu dinheiro aplicado de volta? Quando começo a ter lucro? Bom, temos aqui duas perguntas que de certa forma geram desconfiança. Por que? Ora, seria muito bom abrir um negócio e no dia seguinte estar recuperando todo o dinheiro investido. Mas não funciona assim. O que quer dizer com isso? Quero dizer que você tem que planejar além do seu gasto inicial, o quando você precisará para manter a empresa até que ela comece a render. E quando ela começa a render? Uma boa pergunta. Esta é uma outra projeção que você terá que fazer. Não se preocupe ou se assuste se você colocar 18 meses. Eu me assustaria com um retorno menor que 6 meses.
Mas não posso ter retorno antes de 6 meses? Pode, não disse que não pode, disse que me assustaria com um retorno tão rápido. Faça sua projeção de retorno de investimento. Acredite que possa começar a ter retorno financeiro em pouco tempo, mas não conte com isso 100% do tempo. O bom e velho ditado de “não conte com o ovo no cú da galinha” é muito bem encaixado nesta ocasião. Aproveite que está pensando e planejando no retorno financeiro e retorno do investimento e já preveja qual será o seu lucro no negócio.
Aqui lhe digo para voltar um pouco sua atenção ao mercado. Faça algumas pesquisas, se o seu projeto é algo que já existe, pesquise o retorno de alguns outros empreendedores. Busque o maior número de informações para você ter a certeza de que o seu planejamento de retorno financeiro e lucro estão de acordo com a realidade do mercado. Fique atento também as sazonalidades dos produtos.
Bom, se você for igual eu, provavelmente terá em cima da mesa, cama, sofá, no chão, umas 5 ou 6 ou mais folhas escritas de próprio punho contendo o seu projeto empreendedor.
Sugiro que você volte ao primeiro item da lista e refaça-o. Com certeza neste momento você terá uma idéia melhor do que deseja fazer e irá começar a fazer alguns cortes ou mudar algumas coisinhas.
Após analisar, se achar necessário re-analise. Não tenha medo de riscar, rabiscar, refazer. Ao terminar, procure um computador e digite isso, imprima e comece a trabalhar.
Não tenha medo e/ou vergonha de procurar ajuda. Existem alguns órgãos e empresas que podem lhe ajudar. O Sebrae, por exemplo, tem um serviço de auxílio e orientação a quem está pretendendo iniciar um empreendimento.
Espero poder ter ajudado você a dar o próximo passo.'
Uma boa sorte e sucesso! Escrito por: Jean Piere Moretto @jeanmoretto
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